domingo, 6 de dezembro de 2009

projeto: valores, voz e violão

Posted by Picasa

Convite

Posted by Picasa

NOSSOS PROJETOS


Escola Municipal Tasso Fragoso

Gêneros Textuais e Valores Humanos

Série: 6º ano
Cursistas:
Amerindo Bezerra da Silva Oliveira
Beatriz Gonçalves da Silva

Escola Estadual da Vila Florentina

Ler para Compreender, buscar para conhecer
Cursista:
Cássia Cardoso Lima dos Santos
Escola Municipal Noeme Sales Nascimento

Entre Versos / Ler por prazer

Séries: 6º e 8º anos
Cursistas:
Cláudia Moreira Lisboa
Eliane Dionísia Moura
Maria José Dourado de Souza
Merielle de Souza Teixeira

Escola Estadual Professor Josefino Barbosa

Valores, Voz e Violão

Série: 8º ano e 9º anos
Cursistas:
Érica de Souza Freitas Macedo
Luciene Queiroz Lima
Elza Pires de França

Escola Municipal Adélia Antônia de Almeida Seixas

Vinícius, Voz e Violão

Série: 6º, 7º , 8º e 9º anos
Cursistas:
Elza Pires de França
Isabel Cristina Dias Romualdo
João Andrade Filho
Josenice Bonfim dos Santos
Maria da Conceição Duque

Escola Estadual do Fabião

Vinícius, Voz e Violão
Suely Pereira Alves

Escola Municipal Carmem Maria Nogueira
Leitura: Fluência e Compreensão

Série: 6º ano
Cursistas:
Juliana Ferreira Medrado Monteiro
Zoraide Pereira Mota

Escola Municipal Dona Amélia Pacheco

Dificuldades na leitura e produção de texto

Série: 6º e 9º anos
Cursistas:
Vanderléia Campos de Souza
Zélia Farias de Souza


PROJETO: VALORES, VOZ E VIOLÃO




ESCOLA ESTADUAL PROFESSOR JOSEFINO BARBOSA
PROJETO
VALORES, VOZ E VIOLÃO
Cursistas:
Érica de Souza Freitas Macedo
Luciene Queiroz Lima
Elza Pires de França



PROBLEMATIZAÇÃO
Os valores humanos são fundamentos morais e espirituais da consciência humana. Todos os seres humanos podem e devem tomar conhecimento dos valores a eles inerentes. Muitas das causas que afligem a humanidade estão na negação destes valores como suporte e inspiração para o desenvolvimento integral do potencial individual e consequentemente do social.



No dia 06 de novembro, realizou-se na Escola Estadual Professor Josefino Barbosa o Festival da Canção. Organizado pelos professores de Língua Portuguesa, sob a coordenação da professora Edinília Nascimento Cruz, este festival é parte integrante do programa GESTAR e do Projeto “Valores, Voz e Violão” que buscou reafirmar que a música sempre deverá estar presente na escola para dar vida ao ambiente escolar e favorecer a socialização dos alunos, além de despertar neles o senso de criação e reflexão sobre os valores e a vida.

O Projeto “Valores, voz e violão” exibe uma proposta de trabalho com o gênero textual “canção” para o desenvolvimento das capacidades de leitura, na medida em que esta tem papel social importantíssimo na formação do ser humano. Traz como meta primordial dar aos educandos o poder de experimentar o inusitado, de ver o cotidiano com os olhos da imaginação.

Partindo do pressuposto de que a linguagem é atividade interativa em que nos constituímos como sujeitos sociais, preparar para a vida significa formar leitores/autores e interlocutores capazes de usar a linguagem nos mais diversos contextos sociais e principalmente cultivar os valores imprescindíveis à vida.

O Projeto foi trabalhado ao longo de todo o ano letivo de forma efetiva e enfática, propiciando aos alunos criação de canções abordando a temática “valores”, refletindo emoções que foram espontaneamente expressas em música. Todas as canções foram inéditas, de autoria dos próprios alunos. Foram apresentadas 18 músicas e contou com a participação de um público expressivo que prestigiou os novos talentos da música em nossa cidade. O festival contou também com um conceituado corpo de jurados composto por Carlito Costa, Darci Godoi, Rubão, João Andrade e Roseane Lopes. O Festival teve como vencedor o aluno Lucas Soares Viana, do 6º ano, com a música “O Racismo”.

A escola se tornaria vazia e ineficiente se se omitisse de resgatar certos valores "adormecidos" na consciência humana. Por esse motivo, torna-se essencial refletir o mundo atual, fortalecer e renovar as "crenças", inserindo no processo educacional valores que possibilitem a formação integral de nossos alunos.

domingo, 25 de outubro de 2009


TAPETE MÁGICO


Edinília Nascimento Cruz

Todo professor sonha poder um dia acordar e encontrar na sua frente um tapete mágico que possa transportá-lo para além do infinito e lá poder ele renovar suas esperanças, criar novas expectativas, e conduzi-lo ao mundo dos sonhos.


Era uma vez, em uma tarde de início outono, lá estava eu, desanimada, entediada da vida. Corrigia as produções textuais dos meus alunos e, repentinamente, fui convidada para ir receber um tapete. A princípio tive receio, não sabia e se soubesse não teria acreditado que se tratava de um tapete diferente. Não era um tapete qualquer, era um tapete mágico.



Os dias se passaram e descobri que esse tapete era mesmo diferente. Era colorido e bordado com as cores da esperança. Veio todo embalado e quando o abri, logo percebi que havia cravado nele o nome GESTAR.


Junto com o tapete também recebi as ferramentas de que precisava carregar junto para que de fato a magia do tapete pudesse funcionar. Eram as TPs e as AAs. Juntei tudo, arrumei a mala e num piscar de olhos já estava em pleno voo. A decolagem foi recheada de medos, incertezas. Embarquei para uma viagem com muitas escalas, encontros, oficinas, diálogos, partidas e chegadas.


Nas primeiras horas de voo percorri toda a TP3, uma chuva de gêneros textuais caiu sobre minha cabeça, emanando discursos, nas várias linguagens. Era o mistério da língua e da linguagem em sua plenitude.




Foi fantástico, fiz um voo magnífico pelo universo dos textos, imaginem vocês. Foi nesse momento que vi minha viagem emplacar. É possível sem ter asas voar? E com a imaginação em outros lugares chegar? O GESTAR nos leva a campos fecundos. E com ele os saberes foram gestando. Logo estava fecundada, engravidei-me de expectativas, havia ultrapassado os limites de meu próprio mundo.





Entre um voo e outro, uma TP e outra, lá estava eu fazendo escala na sala de aula. Podia levar o tapete para as mais diversas direções e a bordo agora estavam meus alunos. Então, escolhi o caminho da leitura, dos diálogos e foram tantos avançando na prática. Amarrei o tapete na cauda de uma estrela. E lá do alto víamos juntos, leitura distante, o mundo pintado de poesia, alguns alunos sedentos de diálogos de aventuras, outros acharam aquilo uma loucura. Mas juntos descobrimos que as aulas podiam ser uma verdadeira doçura.



Vimos leitores nas janelas, nos quintais, nos portais, vimos textos pendurados em castelos, vimos manchetes estampadas nos jornais e nossa vida se enchia das cores e das dores que pintam a vida vivida e sofrida, lida e relida.





Voamos para um mundo do qual podíamos avistar no verde capim a cor da esperança. Sobrevoamos o vento, descobrimos mistérios. Nas telas estreladas do céu líamos a mágica de viver a vida. Penduramos nossos sonhos. Distribuímos panfletos, implorando para que olhassem com mais respeito para a educação. Não queremos viver na omissão, no descaso, na solidão. Até quando teremos que viajar na contramão?

E que campos fecundos são as TP4, TP5, TP6, TP1 e TP2 de saber, de viver, de aprender, de compreender, de reconhecer. Em cada parada o diálogo se estabelece. Alçava-se o céu, o infinito, a liberdade, lá estava o letramento tão essencial, tão fundamental, era necessário refletir, pensar e concluir, buscar os melhores caminhos para formar leitores. É preciso ler as nuvens, ler o vento, ler as ondas, ler na educação a solução e ler no GESTAR a possibilidade de transformação, de troca, partilha e doação. Era preciso planejar, replanejar estratégias de leitura, encontrar. Emaranhar-se nos múltiplos diálogos. Eram muitos assuntos a tratar. Intertextualidade, variedades linguísticas, gramática e estilística. Então era preciso voar, voar, voar. Era preciso buscar a sombra, o silêncio a solidão. Era preciso cheirar, tocar, provar, bailar, pois estava na hora de acordar, procurar, tentar e uma melhora buscar.




E por lá, em companhia dos professores cursistas, atravessamos plagas, sobrevoamos pedras e também espinhos, recebemos olhares, recebemos apoio e também carinho. Descobrimos que não viajávamos sós. Queríamos produzir, olhar, sentir, experimentar, cheirando as cores, tocando os sons, ouvindo os gostos, olhando as sensações, saboreando as palavras, descobrindo o inusitado em meio aos canteiros e não permitimos que os pessimistas impedissem que buscássemos o sabor do vento. Queríamos impedir a sinestesia da vida em desalento.


Vi estrela despencar do céu. Não podia deixar que a descrença na educação tirasse a minha vontade de buscar, inovar, tirar-me o esplendor das manhãs. Não podia me cegar, não podia estacionar, queria aperfeiçoar, pois creio que um dia a alegria no céu irá pairar.





Viajar nesse tapete mágico para mim é reconhecer todo o esforço feito na construção do meu próprio conhecimento. Na busca pelo saber, querer. Tudo é legítimo e digno. Senti-me feliz ao perceber que ainda há um longo caminho, por mais longa que tenha sido a estrada trilhada. Sinto um grande desejo de posseguir. Educar é a arte do coração e é por isso que um bom educador precisa de vocação e valorização para amar a profissão.


A viagem está chegando ao fim, mas a magia irá continuar, porque seu cheiro emana e me deixa inebriada, minha alma está mais leve. Sensação de êxtase, raízes que ficaram no chão dessa imensidão chamada educação. Está na hora de aterrissar, mas esse voo nunca chegará ao final. A cada leitura uma nova viagem, vamos construindo, desconstruindo mundos possíveis. Eu, você, o tapete e uma fome imensa de novos caminhos trilhar e com o olhar no futuro viajar, viajar e viajar.

Relatório do 12º encontro do GESTAR em Itacarambi - TP1 - 0ficina 2





“Educar é semear com sabedoria e colher com paciência.”
Augusto Cury




Reinventando a Educação


O 12º encontro do GESTAR em Língua Portuguesa, realizado no dia 24/10, ocorreu de forma bastante enriquecedora e proveitosa. Os professores cursistas estavam motivados e participativos. Tudo ocorreu em um clima de troca, partilha e satisfação pois foi um momento propício para certificar que o esforço e a dedicação estão produzindo aprendizagem em nossos alunos.

A oficina teve início com a leitura da mensagem “O Presente”. Cada dia da nossa vida é um presente de Deus para nós. Essa mensagem também nos fez refletir que “Nada na vida acontece em vão”, tudo tem um porquê e um para que. E o Gestar foi um presente muito valioso para nós que estamos em busca de dias melhores na educação.

A primeira parte da oficina buscou indicar as razões do estudo prioritário de textos no ensino/aprendizagem. Abri o nosso estudo do dia com a apresentação e a exposição dialogada das unidades 3 e 4 da TP1. Inicialmente, discutimos e debatemos “O texto como centro das experiências no ensino da língua.” Abrimos nossos diálogos com o questionamento: “Afinal, o que é texto? Após ouvir as definições dos professores cursistas, falamos sobre as transformações ocorridas na concepção de língua e linguagem. É preciso tratar a linguagem como interação. Com a opção pelo conceito de interação, os estudiosos querem sublinhar o que a linguagem é na essência: uma ação entre sujeitos. Todas as nossas interações se processam por meio de textos.

Nem sempre o texto foi entendido como toda unidade de sentido. Somos frutos de uma geração em que essa definição não se enquadrava e o texto estava longe de ser o centro das aulas de Língua Portuguesa. Em função disso, chamei a atenção dos cursistas para a necessidade de renovarmos sempre a nossa prática de ensino, de nos adequarmos às novas necessidades sociais e, consequentemente, às necessidades de nossos alunos. Vivemos em um mundo em construção e nada, absolutamente nada, está pronto e acabado.

Para dar sustentabilidade às nossas discussões, pedi que os professores refletissem sobre os seguintes questionamentos:
- Você explora textos diversificados do livro?- Você acrescenta textos de sua escolha?- Que tipo de texto você rejeita e qual você prefere? Por quê?

Os professores se posicionaram expondo seus questionamentos e juntos chegamos a um ponto comum, de que cabe ao professor fazer uma boa seleção e um bom planejamento, de modo que as aulas se tornem mais agradáveis e produtivas com textos que realmente agucem a vontade do aluno e o trabalho não se torne um massacre para os educandos.

Falamos também sobre o pacto de leitura. É fundamental termos claramente que no universo dos textos existe um universo de intenções e de condições de produção. Essas condições abarcam conhecimento, emoções, expectativas e aptidões. O aluno precisa perceber que o contexto em que produz determinado texto, o interlocutor, a relação entre eles, o momento vivido são imprescindíveis para dar o sentido que se quer ao texto. Este momento foi oportuno para percebermos como é importante contextualizar o texto e em que condições foi produzido de nodo a permitir uma melhor compreensão. Finalizamos essa unidade com a leitura e o debate sobre o Ampliando Nossas Referências – “História de um Conceito”. Foi uma discussão necessária e bastante pertinente.

Passamos para o 2º momento e apresentei os slides e discutimos sobre O diálogo entre textos: a intertextualidade. Nossas discussões se pautaram na necessidade de buscar uma relação mais próxima com a vivência dos alunos para introduzir o conteúdo de forma mais significativa e, para isso, nada melhor que iniciar uma conversa sobre os traços de intertextualidade em nossa vida cotidiana. Analisamos a presença do recurso da intertextualidade nos textos publicitários, nas músicas, tirinhas, filmes. Salientamos que temos um rico material para se trabalhar com isso de forma efetiva e prazerosa.

Passamos então para o relato de experiência e nesse momento os professores manifestaram-se expondo suas vivências em sala de aula. A professora Érica iniciou relatando sobre o trabalho realizado com o Avançando na Prática da página 136, que propõe resgatar os ditados e falas populares dos idosos pelos alunos e estabelecer uma análise. A professora considerou a realização do trabalho válido e positivo, porém deparou com um problema: ao registrar os relatos, os alunos não conseguiram fazer a transposição da oralidade para a escrita, o que a fez perceber e planejar sequencialmente um trabalho nessa perspectiva. A professora Beatriz também trabalhou essa atividade em uma escola da zona rural e relatou que houve uma grande receptividade dos alunos e dos idosos da comunidade por poder interagir com os jovens.

As professoras Conceição, Jovenice e Isabel optaram pelo Avançando na Prática da página 65 que propõe um trabalho de interpretação e reflexão sobre a temática separação. A análise se deu a partir do texto “Por que seus pais estão se separando?” O trabalho foi realizado interdisciplinarmente e disseram ter ficado surpresas ao identificar na sala muitos alunos de pais separados. Foi um momento rico em que os alunos se sensibilizaram e se sentiram motivados a relatar sobre suas próprias vidas, traumas e angústias. A atividade foi finalizada com a produção de um texto argumentativo.

A professora Juliana relatou sobre o Avançando na Prática da página 144, em que propõe a produção de um texto por meio da intertextualidade. Os alunos produziram vários textos. Achei interessante e válida a observação da professora de que os alunos, ao produzir os textos, preocuparam-se com quem seria o leitor do texto e em planejar o assunto já tratado anteriormente. É gratificante perceber que realmente os alunos aprenderam e já estão incorporando e aplicando os conhecimentos adquiridos e isso prova que houve significado para eles. No momento oportuno, foi também compartilhada a satisfação com o resultado do trabalho com o projeto sobre leitura e que os resultados estão bastante visíveis nas ações diárias dos alunos.

As professoras Vanderléia e Cássia continuaram com as atividades do Avançando da página 17, por terem percebido as dificuldades dos alunos em realizar leitura dramatizada. A professora Suely trabalhou com o Avançando da página 102, relacionando-o com o tema transversal cidadania e propondo a produção de outdoor em função de amenizar um problema na comunidade, que é de jogar lixo em locais não adequados. As professoras Elza, Zélia e Maria José relataram ter dedicado a semana para enfatizar o trabalho com o projeto, que também trabalham objetivamente um amplo enfoque com textos. O professor Amerindo relatou as dificuldades que os alunos ainda apresentam com ralação aos gêneros textuais e enfatizou o trabalho com o objetivo de retomar as atividades por meio do projeto que está em andamento sobre valores e gêneros textuais.

Após os relatos, os professores em grupo realizaram a atividade prática, produção de um plano de aula, tendo como base a fábula “A Língua” e em seguida todos fizeram a exposição oral, quando surgiram muitas ideias ricas e criativas e procurei interagir acrescentando algumas sugestões.

Por fim, como estamos quase chegando ao final de nossa caminhada no GESTAR, pedi aos cursistas que iniciassem a preparação de uma avaliação de todo o percurso no GESTAR, de forma que realmente mostrassem, passo a passo, todo o processo, erros, acertos, crescimento, dificuldades encontradas, superação, enfim, um relato que avaliasse o GESTAR em sua totalidade. Propus essa produção por meio da dinâmica do Tapete Mágico. Um texto que dialogasse com a música e com toda a vivência dentro do GESTAR. Propus também um plano de aula e, como sugestão, essa dinâmica de produção textual com os alunos. Para ilustrar o que realmente estava solicitando e para finalizar os trabalhos do dia, apresentei o texto que produzi para expressar toda a minha caminhada (veja o texto postado).

Os professores irão planejar e produzir os textos em casa e no último encontro do curso todos compartilharão as produções e as experiências adquiridas.

Professores planejando atividade
Posted by Picasa
Professores cursistas em plena atividade
Posted by Picasa

quinta-feira, 15 de outubro de 2009

terça-feira, 13 de outubro de 2009

R E L A T Ó R I O – TP 1 - 11. 10. 2009





O mundo é um lugar perigoso de se viver, não por causa daqueles que fazem o mal, mas sim por causa daqueles que observam e deixam o mal acontecer (Albert Einstein)







R E L A T Ó R I O – TP 1 - 11. 10. 2009

Linguagem e Cultura





O objetivo da escola, no que diz respeito à língua, é formar cidadãos capazes de se exprimir de modo adequado e competente, oralmente e por escrito, para que possam se inserir de pleno direito na sociedade e ajudar na construção e na transformação dessa sociedade.
(Marcos Bagno)



Cada encontro do Gestar II tem tido um significado único para nós e este encontro não foi diferente, apesar do cansaço visível dos cursistas, após uma semana intensa de trabalho. O encontro foi produtivo e gratificante e foi o momento propício para discutir e rever questões sobre as variantes linguísticas, dialetos e registros no processo ensino aprendizagem.

Discutir, refletir e ampliar nossos conhecimentos sobre variantes linguísticas é sempre bem-vindo no sentido de buscar formas cada vez mais significativas para desfazer equívocos e produzir aprendizagem mais eficiente em nossos alunos.

Iniciamos o encontro com a reflexão da mensagem “A Montanha” estabelecendo um paralelo com o Gestar. Ao escalar, pois, uma montanha precisamos estar com disposição e equipados de todas as ferramentas necessárias para garantir nossa segurança. No Gestar não é diferente, a TP é nossa ferramenta e traz uma infinidade de propostas e possibilidades de uso.

A comparação é válida à medida que em ambos o caminho para atingir o objetivo é feito passo a passo. No Gestar seguimos a nossa escalada silenciosa e, de encontro em encontro, com muito esforço e determinação estamos reescrevendo a educação em nossa escola, em nosso município. Os resultados são gradativos, porém estão chegando pouco a pouco quase que imperceptivelmente aos olhos dos que de fora olham com indiferença.

O ensino da Língua Portuguesa necessita de atenção especial. O objetivo do Gestar é oferecer as mais diversas ferramentas e mecanismos para que, de fato, possamos alcançar a meta do ensino da Língua Portuguesa, que é proporcionar ao aluno o domínio da variedade linguística padrão. E não se chega a esse objetivo sem trilhar vários caminhos e um deles é o caminho das variedades linguísticas, pois revelam a história, as práticas culturais. É preciso banir qualquer tipo de preconceito linguístico e trabalhar a língua em sua multiplicidade de uso, em todas as suas possibilidades.

A condição básica para se aprender este tópico “Variação linguística no português brasileiro” reside muito mais no papel da escola, na sua “coragem” de, sem perder de vista o objetivo prioritário quanto ao ensino de língua materna, desenvolver a competência comunicativa dos usuários da língua – falante, escritor / ouvinte, leitor – nas diversas situações de uso e abrir a discussão sobre a pluralidade de discursos e sobre uma das dimensões dessa pluralidade: as variedades linguísticas.

Para iniciarmos os trabalhos dessa oficina, propus a seguinte reflexão:

§Estou por acaso inserido no grupo daqueles que desejam regras gramaticais nas aulas de português?
§Estou valorizando demais a norma culta sem dar oportunidade às variações linguísticas existentes na nossa língua?
§ Respeito meu aluno, sua cultura, seu dialeto, sua realidade?
§Estou possibilitando aos meus alunos o acesso à norma culta de forma reflexiva?

Após esse momento, iniciamos nossas discussões teóricas acerca do tema em questão:

Unidade 1 - Variantes linguísticas: dialetos e registros.
Unidade 2 - Variantes linguísticas: desfazendo equívocos.

“A língua é, ao mesmo tempo, a melhor expressão da cultura e um forte elemento de sua transformação. A língua tem o mesmo caráter dinâmico da cultura.”

Apresentei os slides com os pontos mais importantes da TP e juntos dialogamos com os teóricos de modo a estabelecer uma relação entre a teoria e a prática que estamos utilizando em sala de aula. Alguns professores se manifestaram relatando situações de vivência de preconceito linguístico entre os próprios alunos. O primeiro passo que o professor poderá dar para banir esse tipo de preconceito é transformando o espaço de ensino de língua em um espaço de reflexão e reconhecimento dos diversos dialetos por meio de textos variados. Para fortalecer e ilustrar nossas discussões, apresentei os vídeos: Quixeramobim, Chico Bento no Shopping, Preconceito Linguístico.

Após as discussões, os professores relataram suas experiências com aplicação do Avançando na Prática e as atividades da AA.A professora Luciene relatou uma experiência com uma atividade da AA - aula 5, A Propaganda, em que o resultado foi positivo e satisfatório. Os alunos puderam analisar a transformação da língua no tempo e ao mesmo tempo transpor esse texto para o contexto atual. A professora Cássia relatou não ter tido sucesso com o trabalho realizado com a leitura dramatizada, pois os alunos demonstraram-se tímidos, mas propôs-se reaplicar a atividade com uma nova abordagem. Também como formadora desenvolvi a leitura dramatizada com meus alunos no 9º ano e o resultado foi muito gratificante. (Vejam vídeo postado).

Alguns cursistas não conseguiram aplicar essa dinâmica devido ao fato de estarem finalizando ainda atividades da TP anterior e outros estarem aplicando as provas bimestrais. Houve também um espaço para os relatos das atividades da TP6 que ficaram pendentes e aproveitei esse momento para enfatizar que os assuntos abordados ao longo das TPs precisam ser amarrados dentro de uma sequência didática para que não fiquem fragmentados. É possível trabalhar planejamento, produção, revisão e variedades linguísticas dentro de uma mesma atividade, desde que seja bem planejado pelo professor.

Na sequência, propus aos cursistas a leitura dramatizada dos textos: Retrato de Velho, Ciúme, O Bem Amado, Conta de Novo, O Caso do Vestido, Sexa. O resultado do trabalho foi positivo, pois os professores puderam vivenciar na prática uma proposta de trabalho a ser realizada com os alunos, para que possam perceber os dialetos textualmente e se posicionar do ponto de vista de diversos personagens, refletir sobre os diversos dialetos. Cada grupo expôs uma análise do texto dramatizado apontando sobretudo os aspectos das variedades linguísticas.

Para essa oficina preparei várias atividades, mas infelizmente não houve tempo para realizar todas. Havia preparado uma proposta de produção de texto explorando os vários dialetos, uma atividade com a música a Triste Partida. Porém, expliquei como realizá-la e sugeri aos professores como atividade para os alunos.

No final da oficina conversei sobre o andamento dos projetos e sobre o próximo encontro, fizemos alguns combinados e propus a avaliação da oficina por meio da dinâmica das cores, na qual cada professor deveria responder o seguinte questionamento: -De que cor você pintaria o dia de hoje? E responder por meio de um gênero. E assim, finalizamos nosso encontro.

sábado, 3 de outubro de 2009

Relatório Reflexivo -Reescrevendo a escrita na escola: A prática de revisão e reescrita textual


Reescrevendo a escrita na escola: A prática de revisão e reescrita textual
Planejamento+ Escrita+
Planejamento+ Escrita+
Revisão +
Edição
Revisão +
Edição Relendo a leitura na escola: A formação de leitores
O significado do trabalho com a leitura, planejamento, produção e reestruturação de textos na escola: a (re) construção do sujeito-autor.


A oficina do Gestar, realizada no dia 26 de setembro, ocorreu de forma muito especial, dinâmica e reflexiva. Tratamos de assuntos extremamente relevantes, como a produção textual e a formação de leitores, assuntos estes que têm sido o foco de discussão de muitos professores e estudiosos. Essa oficina foi planejada tendo como ponto de chegada:

- apresentar elementos de reflexão e estratégias relacionados ao planejamento de textos.- Identificar estratégias que podem ser utilizadas para o planejamento e a escrita de textos.
- Desenvolver atividades de planejamento e escrita, considerando a construção e revisão textual.- Identificar parâmetros de avaliação e ações necessárias ao desenvolvimento da etapa de revisão.- Identificar os elementos necessários ao desenvolvimento da etapa de edição.- Produzir atividades de revisão e de edição da escrita para seus alunos.
- Desenvolver práticas de leitura eficientes para o trabalho com o letramento literário.

Iniciamos a oficina com um momento motivacional por meio da dinâmica “O livro da vida”, no qual cada cursista foi desafiado a refletir sobre sua própria vida a partir do seguinte questionamento: “Se você tivesse o poder de escrever uma página no livro de sua vida, o que escreveria?” Ao som da música Paciência, de Lenine, os professores refletiram, escreveram e socializaram seus projetos de vida futuros. Foi um momento especial, pois refletimos também sobre a seguinte indagação: “O que estou fazendo por meus alunos e o que eu posso fazer melhor ainda?”

Após este momento, iniciamos nossos trabalhos sobre produção textual, planejamento, revisão e edição. O nosso primeiro assunto foi o planejamento e realizamos a dinâmica do “Camelo” para que os professores pudessem vivenciar e refletir sobre a necessidade do planejamento.

É importante lembrar, no entanto, que um bom planejamento possibilita o desenvolvimento e o aprendizado do aluno em direção à sua autonomia. Ficou claro nas colocações dos professores que o desenvolvimento de atividade que propicie ao aluno planejar a escrita dos seus textos ainda não é uma prática efetiva em sala de aula. Enfatizei a necessidade de se fazer um trabalho permanente que possibilite ao aluno passar por todas as etapas necessárias, para que se efetive uma boa produção textual e perceber que não há uma linearidade, pois estão interligadas. Podemos ensinar nossos alunos que durante a escrita podemos planejar novamente e revisar o que escrevemos, dialogando com o texto, fazendo perguntas ao seu texto “O que eu disse até agora? O que estou tentando dizer? Será que eu gosto do que escrevi? O que é tão bom aqui, que eu possa entender? O que não é bom que eu possa arrumar? Como meu texto soa? Como parece? O que meu leitor ou leitora pensará, quando ler isto? Que indagações poderão fazer? O que observarão? Sentirão? Pensarão? E o que farei a seguir?”

Apresentei os slides e abri uma discussão sobre a importância do ato de reestruturação de textos. Essa prática é tão fundamental, pois provoca o diálogo do sujeito-autor com o seu produto-criado, possibilitando um relacionamento mais interativo com seu próprio texto (confrontamento, aguçamento e exclusão de enunciados). O aluno sai, ao reescrever, do estágio emocional (inspirativo), que gera a primeira escrita, e passa ao estágio de maior racionalização sobre o que foi materializado. Um dos motivos importantes para a reestruturação de textos acontecer é o fato de que só aprendemos a escrever quando escrevemos, assim como só aprendemos a ler quando lemos, segundo reforça Rocha (2002: 144-145), quando afirma que “o indivíduo só passará a dominar a escrita se houver uma prática efetiva desta atividade”.

O aluno, no momento que recebe seu texto para refazer, antes de assumir a posição de reescritor, assume a de sujeito-leitor de sua própria produção e, assim, se configuram os vários papéis e posições que ele vai assumindo diante de seu próprio texto.


LEITURA, LITERATURA E FORMAÇÃO DE LEITORES

...”ninguém se torna leitor por um ato de obediência, ninguém nasce gostando de leitura. A influência dos adultos como referência é bastante importante na medida em que são vistos lendo ou escrevendo.”
Kriegl

Após essas discussões, passamos para o segundo momento - unidade 24 – “Literatura para adolescentes”. Pedi que cada professor relatasse sobre as práticas que utilizam para desenvolver leitura literária em sala de aula e posteriormente contrapor com a teoria e analisar quais são consideradas adequadas e inadequadas para, a partir de então, rever e buscar formas mais inovadoras para desenvolver o trabalho com a leitura.

Uma grande parcela de professores de Língua Portuguesa enfrenta dificuldades para desenvolver os hábitos da leitura em seus alunos. Tenho pesquisado constantemente sobre este tema - leitura e formação de leitores - e sua importância decisiva para o exercício efetivo da cidadania. A escola é um dos espaços privilegiados para a formação de leitores. Todavia, a escola não vem atendendo, quer às expectativas, quer às demandas sociais atuais. Apesar da multiplicidade de fatores envolvidos, as evidências tomadas para justificar essa situação quase sempre transitam numa via de relevância indiscutível: a da não proficiência leitora. No modelo vigente de ensino, as relações que estruturam as práticas pedagógicas definem a sala de aula como um espaço singular para a constituição de leitores.

Para teorizar nossas discussões, pautamo-nos nas leituras sugeridas e nos textos da TP. Após o estudo da TP em grupo, abrimos uma calorosa discussão que teve um envolvimento e a participação bastante efetiva de todos os cursistas. Enfatizamos a seção 3 - Existem boas formas de explorar a literatura na escola? Colocamos em pauta alguns questionamentos:

Hora de refletir...
Ø Qual o valor da literatura?
Ø Qual é a sua função social?
Ø Vocês concordam com a crença de que literatura não se ensina, basta a simples leitura das obras, como se faz ordinariamente fora da escola?
Ø Como vocês selecionam os textos literários?
Ø Como construir uma comunidade de leitores?
Ø Por que há leitores que leem com prazer?
Ø O que devemos fazer para que a leitura se torne um hábito para toda a vida ou, melhor ainda, uma paixão?

O pressuposto de que para formar leitores é preciso constituir-se leitor nos guiou na direção de uma experiência que passou a integrar a dinâmica de trabalho. O Gestar nos abre novas possibilidades e novos voos orientados pelo desejo comum de promover a leitura e a formação de leitores.

Quando movido por curiosidade, pelo desejo de crescer, o homem se renova constantemente, tornando-se cada dia mais apto a estar no mundo, capaz de compreender até as entrelinhas daquilo que ouve e vê, do sistema em que está inserido. Assim, tem ampliada sua visão de mundo e seu horizonte de expectativas. Desse modo, a leitura se configura como um poderoso e essencial instrumento libertário para a sobrevivência do homem.

Há entretanto, uma condição para que a leitura seja de fato prazerosa e válida: o desejo do leitor. Como afirma Daniel Pennac, "o verbo ler não suporta o imperativo". Quando transformada em obrigação, a leitura se resume a simples enfado. Para suscitar esse desejo e garantir o prazer da leitura, Pennac prescreve alguns direitos do leitor, como o de escolher o que quer ler, o de reler, o de ler em qualquer lugar, ou, até mesmo, o de não ler. Respeitados esses direitos, o leitor, da mesma forma, passa a respeitar e valorizar a leitura. Está criado, então, um vínculo indissociável. A leitura passa a ser um ímã que atrai e prende o leitor, numa relação de amor da qual ele, por sua vez, não deseja desprender-se.

É preciso ficar claro entre os profissionais da educação que a leitura como via de inclusão social e de melhoria para a sua formação ocorre em um processo de construção e reconstrução do conhecimento em espaços de disseminação de leitura como a escola e a biblioteca. Bibliotecário e professor são elementos de mediação das fontes de informação. Muitos professores relataram a precariedade das bibliotecas e até mesmo escolas que ainda não dispõem de uma biblioteca. É preciso urgentemente intensificar as ações de incentivo à leitura.

Os resultados evidenciam: a necessidade de planejamento da leitura para promoção do resgate da cidadania devolve a auto-estima dos nossos educandos e desenvolve um olhar crítico, possibilitando formar uma sociedade consciente. Para falar em Educação como instrumento de ação reflexiva, é preciso falar da importância da leitura na Educação. Importante porque a leitura como instrumento proporciona melhoria da condição social e humana. Então observar, analisar e procurar entender o mundo e interagir têm, através da leitura, um caminho para a promoção do desenvolvimento de competências na medida em que os conhecimentos vão sendo absorvidos e se amplia gradativamente a produção cultural da humanidade.

Realizamos uma dinâmica de leitura que proporcionou um momento de descontração entre os cursistas. O resultado foi fantástico e todos puderam experimentar e vivenciar na prática uma das possíveis formas de instigar e motivar o aluno para a leitura.

Apresentei aos cursistas os gráficos elaborados a partir dos resultados e mapeamento da Avaliação Diagnóstica do Gestar aplicada na semana anterior. E por fim, fizemos um momento de avaliação da TP 6, e da oficina e cada cursista produziu um texto estabelecendo uma relação com um dos provérbios apresentados por meio do gênero de sua escolha. Finalizei com a mensagem “A Cachoeira” e nos despedimos com uma sensação de que os objetivos propostos foram plenamente atingidos.

Relatório de atividade aplicada em sala de aula


Este relatório tem como objetivo descrever o procedimento usado na aplicação da atividade, realizada no 6º ano Azul da Escola Municipal Adélia Antônia de Almeida Seixas. A atividade escolhida trata da revisão e edição textual, encontrada na seção 1 da unidade 23, página 133 da TP6, que objetiva identificar parâmetros de avaliação e ações necessários ao desenvolvimento da revisão.

Para realizar essa atividade, usei os textos produzidos pelos alunos na atividade anterior (Avançando na Prática, seção 1, unidade 22, página 91 da TP6) que propunha a produção de um texto contando uma experiência inesquecível.
Iniciei o trabalho analisando os textos produzidos pelos alunos. Escolhi alguns trechos problemáticos, principalmente no que se refere à coesão e coerência, copiei-os no quadro para que eles identificassem o problema e tentassem resolvê-los. Passada essa etapa, devolvi os textos com algumas anotações e sugestões e, em seguida, propus a releitura e reescrita dos mesmos, marcando nova data para recolher os trabalhos. Foi um momento muito interessante e produtivo, pois houve a participação ativa dos alunos na realização das atividades propostas.

Enfim, aproveitei esse momento para refletir sobre a prática na sala de aula, e percebi a necessidade de mostrar aos meus alunos a importância de organizar e planejar antes de escrever e ainda que a revisão é uma etapa imprescindível na produção de um bom texto. Esse processo é contínuo que visa melhorar a leitura e escrita na sala aula.

Professora Cursista: Isabel Cistina Dias Romualdo
Escola Municipal Adélia Antônia de Almeida Seixas


Formadora Edinília realizando - Oficina 12 da Tp6
Posted by Picasa
Formadora Edinília expondo os gráficos dos resultados das provas
Posted by Picasa

Professores Cursistas - Após a oficina 12



Professores cursistas em pose descontraída após a realização da oficina
Posted by Picasa

domingo, 20 de setembro de 2009

Avaliar é dialogar, avaliar é olhar





Relatório da Oficina extra sobre avaliação


“O ato de ensinar implica uma ação comunicadora e recíproca.”


Avaliar é dialogar
Avaliar é olhar

“Todo ponto de vista é a vista de um ponto. Para entender como alguém lê, é necessário saber como são seus olhos e qual é a sua visão de mundo. Isso faz da leitura sempre uma releitura. A cabeça pensa a partir de onde os pés pisam. Para compreender, é essencial conhecer o lugar de quem olha. [...]”
Leonardo Boff
No dia 19 de setembro, realizamos uma oficina extra, específica sobre avaliação, para consolidação e análise dos resultados. Os professores tiveram uma semana para aplicação das avaliações. E como havíamos previamente combinado, todos levaram para o encontro as provas dos alunos e juntos fizemos as correções e o mapeamento. Cada professor fez o mapeamento de sua turma com base nas orientações recebidas, de modo que, após este trabalho, cada um tinha em mãos a porcentagem de acertos e erros dos alunos em cada questão, a média da turma referência e principalmente dos descritores de maior e menor dificuldades dos alunos daquela turma específica.
Após este momento, cada cursista expôs o mapa de sua turma que recolhi para tabular os resultados por meio de gráficos. Informei aos cursistas que no próximo encontro levarei os gráficos com os dados já tabulados.

Em seguida, passamos então a refletir e discutir sobre quais passos a seguir diante dos resultados em mãos. Sabemos que só os resultados não bastam. Sabemos que há muito a melhorar, mas ao mesmo tempo constatamos que nosso trabalho já está produzindo frutos. Ressaltei para os cursistas que simplesmente saber se o aluno vai mal não basta. O que fazer diante dos resultados? Como devo interferir na realidade da sala de aula? Por onde devo começar? Como devo agir? Procurei ao longo de nossas discussões sobre a avaliação apontar caminhos e juntos discutimos as melhores formas de proceder.

Orientei os professores sobre alguns pontos pertinentes para o sucesso do processo avaliativo. Retornar com as provas corrigidas para sala de aula e trabalhar a prova com os alunos de modo que os alunos saibam o que erraram, por que erraram, e o que ainda precisam aprender. Enfatizei a importância de trabalhar os descritores em que os alunos foram críticos, com um novo olhar. Apresentei a mensagem “Educar o Olhar”, de Rubem Alves, e discutimos sobre o redirecionamento de nossa prática com base naquilo que não teve um resultado esperado.

Sabemos que o processo avaliativo parte do pressuposto de que se defrontar com dificuldades é inerente ao ato de aprender. Assim, o diagnóstico de dificuldades e facilidades deve ser compreendido, não como um veredicto que irá culpar ou absolver o aluno, mas sim como uma análise da situação escolar atual do aluno, em função das condições de ensino que estão sendo oferecidas. Nestes termos, são questões típicas de avaliações:

- Que problemas o aluno vem enfrentando?
- Por que não conseguiu alcançar determinados objetivos?
- Qual o processo de aprendizagem desenvolvido?
- Quais os resultados significativos produzidos pelo aluno?

Sabendo-se que o processo avaliativo é elemento indissociável do trabalho pedagógico na escola, como ajudar o aluno a desenvolver competências e habilidades sem que esse trabalho pedagógico fique reduzido ao um “treinamento” para sua participação nas avaliações externas?
Lembramos que evoluir em avaliação é acompanhar o ser humano integralmente. É ouvir, ver, sentir, tocar, relacionar-se. Então, falei sobre a questão da ética, de tomar o cuidado para que esse momento seja tranquilo e acolhedor para o aluno.

Para embasar nossas discussões, apresentei alguns slides sobre o que os estudiosos e pensadores dizem sobre a avaliação.
Avaliar é???

Para Jussara Hoffmann: - “A avaliação é reflexão transformada em ação. Ação essa que nos impulsiona para novas reflexões. Reflexão permanente do educador sobre a realidade, e acompanhamento, passo a passo do educando, na sua trajetória de construção de conhecimento.” (p.18)

Para Perrenoud (1999): - “Na avaliação da aprendizagem, o professor não deve permitir que os resultados das provas periódicas, geralmente de caráter classificatório, sejam supervalorizados em detrimento de suas observações diárias, de caráter diagnóstico.”

Para Lukesi: - “Avaliar é o ato de diagnosticar uma experiência, tendo em vista reorientá-la para produzir o melhor resultado possível; por isso, não é classificatória, nem seletiva, ao contrário, é diagnóstica e inclusiva.”

Segundo Demo (2000), o erro não é um corpo estranho, uma falha na aprendizagem. Ele é essencial, é parte do processo. Ninguém aprende sem errar. O homem tem uma estrutura cerebral ligada ao erro, é intrínseco ao saber-pensar, à capacidade de avaliar e refinar, por acerto ou erro, até chegar a uma aproximação final. Os erros e dúvidas dos alunos são considerados episódios significativos e impulsionadores da ação educativa.

Para consolidar as discussões sobre avaliação como prática de inclusão e investigação, enfatizei para os professores sobre a importância em tratar o aluno com respeito em todo o processo, de tal modo que sua autoestima, motivação, reputação e oportunidades de crescimento sejam protegidos. A informação deve ser equilibrada mostrando aspectos de sucesso, potencial, dados e dificuldades, para consolidar sucessos e corrigir dificuldades, evitando conflitos e, se ocorrerem, resolvê-los com honestidade e respeito.

Diante de todo esse trabalho, quero ressaltar o esforço da Secretária Municipal de Educação, Eliane Lanfernine, em viabilizar os recursos necessários para reprodução das provas. Quero ressaltar o trabalho e o empenho valioso da Supervisora do Gestar, Gisa, e da Técnica em Educação, Araci, na reprodução e organização das provas. A aplicação dessas provas oportunizou para todos nós inseridos no Gestar, professores e alunos, a oportunidade de redirecionar o olhar para o aprendizado dos alunos.

Debatemos também sobre a importância de garantir que a avaliação deve ser prática, prudente e diplomática, obtendo a informação sem perturbar o aluno, conduzida com negociação e participação dos alunos, familiares e outros, assegurando cooperação e respeitando tempo e recursos necessários para ter sucesso em sua realização.

Para finalizar, quero registrar o sucesso do nosso trabalho que se deu graças ao empenho e compromisso de todos os envolvidos, especialmente dos professores cursistas, que não mediram esforços e se entregaram de corpo e alma em todas as etapas. Em síntese, estamos avançando em nossa prática, superando barreiras aproveitando recursos, correndo riscos, sendo bem-sucedidos.
Edinília Nascimento Cruz

Professores cursistas corrigindo as provas dos alunos
Posted by Picasa

Professores cursistas corrigindo as provas dos alunos
Posted by Picasa
Alunos do 9º ano da Escola Estadual Professor Josefino Barbosa
realizando a prova diagnóstica do Gestar
Posted by Picasa

Educar, Ensinar a Pensar

RELATÓRIO DA OFICINA II - TP6

Educar, Ensinar a Pensar
"Não é no silêncio que os homens se fazem, mas na
palavra, no trabalho, na ação-reflexão".
Paulo Freire

Nós professores somos responsáveis por tarefas fundamentais. A missão do professor não é apenas ensinar a ler, a escrever e a contar, mas de ensinar a questionar a própria realidade e nela inferir.

A oficina realizada dia 12/09 foi mais um momento de consolidação do Gestar e reafirmação do nosso processo de gestação de uma nova prática de ensino. Estamos gestando experiências, trocas e partilhas. O Programa Gestar já faz parte da realidade dos cursistas, pois as atividades que eles aplicam com os alunos estão mostrando a diferença. Os resultados aos poucos estão surgindo. Desta forma, o curso está trazendo benefícios a toda a comunidade escolar.

Foi um encontro preparado com muito critério e, para sinalizar o momento que estamos vivenciando, apresentei a fábula de Rubem Alves “Os Sonhos dos Ratos” e o texto de Marcos Bagno “País emergente, educação submersa”, que nos permitiram fazer uma leitura reflexiva sobre a educação no contexto e no parâmetro do mundo atual.

Como vem salientando Rubem Alves, a escola não está ensinando o aluno a pensar. O objetivo da educação é ensinar a pensar, mas na prática ainda há muitos educadores arraigados a velhas práticas de ficar apenas dando informações, transmitindo conteúdos. Precisam urgentemente repensar uma prática que leve os alunos a pensar, pois o saber sem o pensar é inútil.

Propus aos professores cursistas que fizessem uma reflexão sobre caminhar dentro do Gestar, apontando as oportunidades, forças, fraquezas e ameaças, que resultou em um debate para juntos podermos fazer as interferências necessárias diante das fraquezas e ameaças, e nos solidificarmos com as oportunidades e forças. A partir de então, percebemos a necessidade de lançar novos olhares que mostram a produtividade do diálogo entre conhecimento e desconhecimento, que percebem todo ponto de chegada como indício de novos pontos de partida, sendo ambos marcados pelos erros e acertos, num processo contínuo e desafiador. Desafio inscrito na necessidade, possibilidade humana de sonhar utopias e tecer coletivamente trajetos para torná-las realidade.

Nesta oficina tivemos um momento propício para discutir e argumentar sobre o papel do professor, já que o assunto em foco da unidade 21 da TP6 é a argumentação. Como desenvolver a argumentação e a criticidade em nossos alunos? No contexto atual, nós professores precisamos mostrar para os alunos a argumentação como algo natural muito presente em nossa vida, pois é nestas horas que ensaiamos falas, resolvemos problemas pessoais e coletivos, levantamos hipóteses, fazemos planos, sonhamos, e todos estes casos trazem as marcas dos nossos pontos de vista, dos nossos interesses. Pesamos os prós e contras, decidimos, agimos de acordo com nossos benefícios e valores. Agindo assim, estamos possibilitando nossos alunos a atuar de forma crítica e reflexiva como propõe a LDB, e assim contribuir na construção de um mundo melhor.

Não pretendemos consertar o mundo, mas compreendê-lo, porque a vida é indivisível, e neste dialogo que nos alimenta, aprendemos a acreditar em um mundo mais humano, mais justo e mais digno, em que todos possam encontrar alimento para o corpo e para a alma, neste universo de múltiplos diálogos.

Procurei salientar que o trabalho na sala de aula com a argumentação deve iniciar sempre com uma proposta que direcione o educando a argumentar sobre sua própria realidade, seus desejos, anseios, angústias, para que se sintam mais estimulados. Um dos maiores problemas hoje é ensinar o aluno a pensar, questionar, indagar, exercitar sempre suas reflexões e argumentações. O aprendiz precisa de se sentir estimulado para compreender o porquê de cada coisa, bem como a forma como esse conhecimento será empregado em sua vida.

Refletimos sobre os questionamentos do texto ampliando nossas referências, discutimos os diferentes tipos de argumentos e ressaltamos que nenhum ato de comunicação é neutro. Mesclando entre teoria e prática, os professores cursistas foram expondo suas experiências com a aplicação do avançando na prática em sala de aula. Alguns expuseram dificuldades em trabalhar argumentação com alunos do 6º e 7º anos, mas intervim argumentando que o tempo todo esses alunos já fazem uso da argumentação, mesmo sem se dar conta disso. O que precisa é estimulá-los a fazê-lo de forma consciente.

Passando para unidade 22, “Produção Textual: planejamentos e escrita”, propus uma dinâmica que possibilitou aos cursistas refletirem sobre a importância do planejamento e da contextualização. Atentamos para a importância do planejamento em tudo que fazemos em nossa vida, especialmente sobre o planejamento que se faz necessário ao produzir um texto. Não houve tempo para nos aprofundarmos nas discussões, porém continuaremos na próxima oficina de forma enfática e detalhada.

Na parte final do encontro, os professores realizaram a atividade prática proposta na TP, a produção coletiva e desenvolvimento da crônica “Espírito Carnavalesco”, de Moacir Scliar, observando o planejamento e a revisão. Os grupos fizeram a exposição oral sobre os procedimentos adotados no planejamento da escrita do final do texto e fizeram a leitura e, logo em seguida, li o final do texto original.

Nesta oficina, tivemos a participação das acadêmicas do curso de Letras da UNIDERP Interativa e a visita da supervisora pedagógica do Gestar, Gislene, que fez a entrega das provas diagnósticas para os professores e, juntamente com ela, expus aos cursistas o objetivo da prova diagnóstica e os procedimentos para sua aplicação. Em tempo, combinamos para o sábado seguinte (19/09) uma oficina extra, específica sobre avaliação, para consolidação e análise dos resultados.

Finalizamos com a avaliação do encontro e reflexões sobre nossos trabalhos realizados na oficina e questionei sobre o que eles achavam que deveria ser mudado quanto ao direcionamento do meu trabalho. As manifestações foram favoráveis aos métodos que utilizo, o que me motivou a continuar me dedicando cada vez mais, pois minha maior satisfação é saber que estou realizando um trabalho que está sendo útil para o crescimento de outro. Tenho procurado compartilhar minhas experiências positivas com os cursistas.

Para concluir este relatório, quero expressar algo que tem se manifestado em todos os encontros por meio das vozes dos cursistas e me incomodado e entristecido muito: é a falta de apoio e parceria de alguns supervisores, diretores e colegas professores de outras disciplinas. Muitos têm tratado o programa do Gestar com certo desprezo e indiferença. Diante disso, pergunta-se: Qual é mesmo o papel do diretor e do supervisor? Convém lembrar que a resposta para essa pergunta é muito óbvia, ou pelo menos poderia ser.

A princípio, o diretor e o supervisor educacional representam as pessoas que procuram direcionar o trabalho pedagógico na escola em que atuam para que se efetive a qualidade em todo o processo educacional. Sabe-se que tais profissionais são servidores especializados em manter a motivação do corpo docente. Devem ser idealistas, definindo claramente que caminhos tomar, que papéis se propõem a desempenhar, buscando constantemente ser transformadores, trabalhando em parceria, integrando a escola e a comunidade na qual se inserem. Seria tão belo se realmente essa teoria se aplicasse plenamente na prática.

Um dos assuntos mais polêmicos da atualidade e que vem sendo amplamente discutido é a educação, no seu sentido de formação humana. Educar é uma tarefa que exige comprometimento, perseverança, autenticidade e continuidade. As mudanças não se propagam em um tempo imediato, por isso, as transformações são decorrentes de ações. No entanto, as ações isoladas não surtem efeito. É preciso que o trabalho seja realizado em conjunto, do qual todos participem em prol de uma educação de qualidade baseada na igualdade de direitos.


Edinília Nascimento Cruz -Professora Formadora do Gestar no Município de Itacarambi