domingo, 28 de junho de 2009

RELATÓRIO OFICINA 8 – TP4 Unidades 15 e 16



RELATÓRIO OFICINA 8 – TP4 Unidades 15 e 16

“Às vezes ouço passar o vento; e só de ouvir o vento passar, vale a pena ter nascido.”
(Fernando Pessoa)

No dia 27 de junho, nos reunimos novamente para realizarmos a oitava oficina do gestar no município de Itacarambi, que teve como objetivo desenvolver uma sequência de aula utilizando elementos do processo de produção textual. Esse encontro foi de fundamental importância para nós, por tratar de temas tão relevantes na prática do professor de Língua Portuguesa.

UNIDADE 15
Seção 1: Por que e para que perguntar
Seção 2 : Como chegar à estrutura do texto?
Seção 3: Quando queremos aprender

UNIDADE 16
Seção 1: A produção textual – crenças, teorias e fazeres
Seção 2: O ensino da escrita como prática comuncativa
Seção 3: A escrita e seu desenvolvimento comunicativo

Inicialmente, fizemos um momento de reflexão por meio de uma mensagem de autoconfiança para que pudéssemos nos fortalecer e criar um ambiente de harmonia entre os cursistas. Logo após, abrimos as discussões sobre o conteúdo tratado na unidade, verificando as dúvidas e críticas dos professores em relação ao conteúdo e à aplicação das propostas feitas.

Tratamos da seção “Por que e para que perguntar”. Pedi aos professores que se manifestassem sobre este questionamento. Foram inúmeros os pontos levantados, tais como: para identificar o conhecimento prévio dos alunos sobre o tema abordado no texto; para instigar os alunos a perceberem as informações explícitas e implícitas do texto; para trabalhar a intertextualidade e a inferência de um texto em outro; para ajudar o aluno a chegar a uma compreensão global do texto. Nesse ponto, ressaltei que é fundamental que o professor promova as peguntas dos alunos sobre o texto.

Apresentei uma sugestão por meio da pausa protocolada, um bom recurso para levantar hipóteses sobre o texto. Essa reflexão fez com que percebêssemos que boa parte dos nossos alunos têm dificuldades e não estão habituados a elaborar perguntas durante as aulas, por isso é uma carência que precisa ser intensamente trabalhada.

Debatemos sobre o texto ampliando nossas referências que, por sinal, é muito polêmico a começar pelo título “Por que meu aluno não lê?”. Sempre que essa pergunta é proferida, as respostas mais esperadas vêm sempre relacionadas com questões culturais, econômicas e sociais. Ressaltei o fato de a autora inicialmente informar que não iria tratar desssas questões, com o que concordamos plenamente, embora tenhamos convicção de que são aspectos pertinentes à formação de leitores, mas se ficarmos batendo nessa tecla não chegaremos a lugar algum e, em vez disso, torna-se mais produtivo discutirmos sobre “O que estamos fazendo para que nossos alunos leiam mais?”. Os professores levantaram muitos pontos, evidenciaram suas dificuldades. Então, apresentei aos cursistas a seguinte reflexão de Paulo Freire - “A melhor maneira que a gente tem de fazer possível amanhã alguma coisa que não é possível de ser feita hoje, é fazer hoje aquilo que pode ser feito. Mas, se eu não fizer hoje o que não pode ser feito, dificilmente eu faço amanhã o que hoje também não pude fazer.”

Para ilustrar melhor os aspectos relacionados ao papel do professor na formação de leitor, apresentei alguns slaides baseados no livro “Estratégias de Leitura”, de Isabel Solé, indicado na leitura sugerida. Realizei uma explanação teórica e dialogada ressaltando as estratégias básicas que devem ser utilizadas por todo professor que pretende de fato formar alunos leitores críticos e que isso não fique só no papel, mas incorporadas em nossas práticas cotidianas de sala de aula. Fizemos então uma reflexão sobre “Como chegar à estrutura de um texto?” e as estratégias necessárias para compreender bem um texto. Também discutimos enfaticamente sobre a seção “Quando queremos aprender”. Evidenciamos que é necessário, primeiramente, esclarecer o objetivo da leitura e ensinar os alunos a questionarem sempre: - Vou aprender com que finalidade? São questionamentos que devem ser feitos para os alunos e trabalhados pelos professores.

Percebi que alguns professores ainda não incorporaram em suas práticas momentos para que os alunos refletissem sobre os objetivos e as várias finalidades de leitura, pois aprender a ler significa encontrar sentido e interesse na leitura. Aprender a ler requer que se ensine a ler. Para se ensinar a ler de forma eficiente é preciso que se questione Para que vou ler? Ler para obter uma informação, ler para seguir instruções, ler para aprender, ler por prazer, ler para comunicar, ler para verificar o que se aprendeu. Se o professor deixar claro o objetivo das diversas práticas da leitura, certamente terá possibilidade de desenvolver um bom trabalho.

Apresentei também os slaides “Uma conversa sobre a produção escrita na escola” e debatemos muito sobre as estratégias que possam auxiliar o aluno a desenvolver sua competência em produção textual, especialmente sobre a competência do professor. Apresentei também algumas sugestões sobre produções textuais.

Na segunda parte, abri o espaço para que os professores fizessem as explanações sobre o Avançando na Prática, contemplando desde o planejamento da atividade até a avaliação. Somente dois professores aplicaram a atividade, outros iniciaram e não conseguiram concluir, e outros nem iniciaram. Até então isso não havia ocorrido, mas os professores alegaram que devido ao feriado de São João aqui no município e em função das programações ocorridas na escola, a realização das festas juninas, que são festas tradicionais culturais bastante comemoradas aqui na cidade. Propus então que reprogramassem e que, durante a semana subesequente, aplicassem as atividades, pois são atividades riquissímas que obviamente irão proprocionar ao aluno avanço na proficiência de leitura e escrita, que é nosso foco e sempre será, pois todas as questões estudadas ao longo do GESTAR nos levarão a esse objetivo.

Apresentei também um texto complementar “A leitura em sala de aula”, de Dilema Delmanto, que levanta alguns questionamentos que reforçam os assuntos tratados nas unidades da TP. A escola precisa se preocupar cada vez mais com a formação de leitores. Mas, com que espécie de leitores? Que sejam capazes de mobilizar que tipos de procedimentos e habilidades? Que atividades devem ser selecionadas para que os alunos desenvolvam as capacidades envolvidas no ato de ler? Debatemos e refletimos sobre esses questionamentos.

Na terceira parte, os cursistas desenvolveram a atividade prática e planejaram a aula conforme orientações da TP4, página 220. Cada grupo expôs seus planejamentos e abrimos várias discussões sobre diversidade cultural. Foi um momento produtivo, pois surgiram muitas ideias e vários enfoques sobre a mesma atividade. Os professores se sentiram motivados a utilizarem o planejamento na sala de aula. Especialmente, discutimos sobre a nossa realidade, a falta de perspectiva de nosso alunos. Ressaltei que, enquanto educadores, temos que instigar nesses educandos a necessidade e o desejo de sonhar, de saber fazer escolha, almejar uma profissão e, como nos orienta Augusto Cury, nós professores devemos ser vendedores de sonhos e levar os educandos a refletir sobre valores perante a vida.

Professores Cursistas realizando atividades

 
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