terça-feira, 21 de abril de 2009

MEMORIAL DE LEITURA: REPENSANDO EXPERIÊNCIAS



MEMORIAL DE LEITURA: REPENSANDO EXPERIÊNCIAS

Memorial apresentado à professora Tamar Rabelo – Programa (GESTAR II) Gestão da Aprendizagem Escolar

No espelho da vida, o reflexo da alma

“Viver é seguir um fio de vida tramado com outros muitos fios simultâneos que se tornam ‘visíveis' nas ressonâncias e nos interstícios de cada trajetória.”
(KREMER. 2003, p.221).







A minha trajetória cultural e literária é uma constante ascendência. Primeiro porque sou uma leitora assídua e em minhas veias corre o sangue de uma pessoa que ama a literatura, segundo, porque estou preocupada em aumentar o nível cultural do ambiente em que vivo e, principalmente, em conduzir os meus alunos ao maravilhoso caminho da leitura.

Ler é dar sentido ao mundo, ler é estar no mundo, e desde que tive meu primeiro contato com os livros, adentrei-me no universo da leitura. É como uma viagem, com partidas e chegadas, embarques e desembarques, atropelos, sonhos, magias, encontros, desencontros, caminhos e descaminhos. Por meio deste Memorial farei novamente o percurso e abrirei passagem para que você também possa entrar na intimidade de minha intimidade com a leitura.

Sob o pôr-do-sol amarelado na retina de minha memória, guardo imagens do tempo em que, ainda criança, de uma minúscula janela de madeira no fundo da velha igreja onde funcionava a pequena escola em que fui alfabetizada, contemplava mulheres de pés descalços, com latas d’água na cabeça e com olhos de desencanto nos estreitos caminhos que percorriam. Em meio aos meus pensamentos, desejava, no íntimo do meu ser, não me tornar tão infeliz quanto elas.

Meu pai sempre foi ausente e quem me acompanhou em minha vida escolar foi minha mãe que dava o duro de sol a sol para nos oferecer uma vida digna. Ela nos falava: “- A escola é o caminho mais curto para quem quer ter sucesso na vida.” Era perceptível o seu desejo de nos ver encaminhados na vida, por isso sua mais nobre missão era fazer com que todos freqüentassem a escola. E sempre repetia: “- Se não quiser ter uma vida dura como a minha, precisa estudar muito.” Essa voz me acompanhou durante um longo período de minha vida.

Com os olhos voltados para aquelas mulheres, deparei com a professora batendo uma enorme régua de madeira em minha carteira, quase berrando, me dizendo que a aula não era lá fora. Como castigo porque estava distraída, deu-me um livro para que eu lesse. Todos na classe riram e fizeram piadinhas, porque era uma missão muito difícil. Ler naquela escola era o maior castigo que um aluno poderia receber. Se não conseguisse, ficaria sem recreio uma semana. Não me importei, a aula era chata, o recreio era chato, a professora era chata, tudo era chato, estava cansada de tanto tédio, já não suportava mais. Livros eram preciosidades e quem podia manuseá-los eram somente as professoras, não existia biblioteca, ficavam em caixotes de madeira, por isso cheiravam a mofo.

A professora estendeu o braço com um livro na mão. Lancei um tímido olhar para livro e logo percebi que era velho e amarelado, sem capa e cheio de orelhas. Mesmo assim fiquei alegre, pois nunca havia tido a oportunidade de pegar um livro, manuseá-lo. Sempre era a professora que lia para nós. Não tive medo de não dar conta, nem me importei. A professora era severa, brava e não disse muitas palavras, apenas que era para ler o livro.

Naquele momento, meus olhos se fixaram naquelas páginas e a leitura fluía naturalmente era um livro de Contos de Fadas, e num instante já estava envolvida com as cores dos sonhos da fantasia. Tudo se tornou mágico e encantado. Saboreava cada palavra, que misturava ao mundo em fórmulas e cores, perdi-me nos limites dos meus desejos e prazeres.

Cada ser está marcado no fundo de seu eu, e ali construí o meu mundo, avistei o invisível. No entanto, lá fora o mundo continuava medonho, mas sabia que agora eu tinha meu passaporte e poderia viajar sempre que quisesse. Podia olhar para aquelas mulheres em meio a poeira e imaginá-las dançando no casamento de Cinderela. Bastava pegar o livro e deixar a imaginação me levar. Pela primeira vez me senti gente dentro do mundo e o mundo dentro de mim. Ler era como ouvir o vento, quando tudo se torna possível, e até hoje vivo a transpor mundos e superar barreiras.

Por ter me acontecido isso, e carregar esta experiência de vida, tirando a parte da imposição e do castigo, sempre acreditei que o melhor caminho para despertar o gosto pela leitura é por meio dos Contos de Fadas. Defendo essa tese. Tornei-me uma estudiosa sobre o assunto.

Abrem-se os livros, abrem-se as mentes, abrem-se os horizontes e foi assim que prossegui na trajetória. Sempre vivi em ambientes escassos de livros. Na adolescência, estudei em escolas precárias, e tive professores que tentavam a qualquer custo matar meu gosto e prazer pela leitura. Durante o Ensino Fundamental não tenho lembranças de nenhuma professora que tenha estimulado a leitura. Guardo traumas profundos de práticas pedagógicas que quero apagar definitivamente de minha memória literária.

Porém, não me deixei cegar pela pálida luz do não saber, do não conhecer, pois meus sonhos seguiam distantes. Havia um mundo para ser lido, era um campo tão fecundo e havia uma infinidade de livros para serem lidos, degustados e saboreados.

Quando li o livro Alice no País das Maravilhas, de Levis Carroll - quanta imaginação - senti-me a própria Alice, já que assim como ela vivia entediada da vida. Vi esse livro na casa de uma amiga e lhe pedi emprestado para ler. O livro vivia de mão em mão, ninguém havia lido. Fui para casa, tranquei-me no quarto, abri o livro e penetrei no mundo das palavras, tive uma decepção: em vez de ter uma recepção calorosa, as palavras estavam mudas, como no dicionário. Havia um bom tempo que não lia. Não tive uma boa recepção, era desprezo total. Mesmo assim, não desisti, li e não entendi nada, reli, precisava me adentrar no mundo de Alice. Queria fugir, tinha medo de não conseguir mais, havia tempo que não lia... Mas quando estava quase desistindo, Alice me chamou. Ela estava lá com a chave na mão e me convidou para entrar. Foi uma viagem fantástica e quando retornei à realidade o mundo estava menos cinzento.

Depois que Alice abriu essa porta, muitas outras se abriram. Meu Pé de Laranja Lima, O Pequeno Príncipe, A Ilha do Tesouro, Um Lugar ao Sol e muitos e muitos outros. Continuei a fazer o percurso, descortinei horizontes. Há sempre algo novo para ser apreciado. Ler é incorporar significados, transformar-se, alçar vôos cada vez mais altos, no entanto, é também o desafio de entender e conhecer a nós mesmos e o nosso entorno.

Cheguei à fase adulta e é lamentável dizer que, durante o período em que cursei o Ensino Médio, por mais que vasculho minha mente, não consigo encontrar nenhum registro de um professor por quem pude nutrir afeto ou admiração, com todo o respeito que a profissão exige. Não estou sendo pessimista. Infelizmente só há resquícios de velhas práticas, de professores autoritários que não viam o aluno como um ser dotado de sentimentos. A leitura de livros nesse período, o fiz por iniciativa própria. Costumava freqüentar a biblioteca da escola, mas não podia levar o livro para ler em casa, era um local apertado e a bibliotecária era uma senhora que estava há 30 anos na prática do magistério e sem função aguardava a aposentadoria, então, colocaram-na ali. Era amarga e infeliz, sentia-se incomodada quando um aluno ia até a biblioteca. Ficava ali olhando por cima de suas grossas e embaçadas lentes. Ah, como seu mundo era limitado. Neste período, eu costumava ler Graciliano Ramos e Castro Alves, Machado de Assis e Drummond: tornaram-se meus autores prediletos, também não havia muita opção. A biblioteca era muito limitada.

Não havia nada que eu pudesse odiar mais que as aulas de Língua Portuguesa e Geografia, pois as professoras repetiam o mesmo ritual o ano inteiro. Na aula de Geografia, a professora entreva na sala, sentava-se a uma mesa que ficava em um nível superior da sala, abria um velho livro e pedia que uma aluna escrevesse o texto na lousa. Não se dava nem o trabalho de ela mesma escrever. Todos copiavam em silêncio, os textos eram enormes e passava todas as aulas copiando, depois decorava para responder na prova.

Na disciplina de Português não era muito diferente. Em todas as aulas a professora pedia para fazer uma redação, com tema livre. Escrevíamos em silêncio, depois entregávamos para ela que devolvia no dia seguinte toda marcada de vermelho e, assim que saíamos da sala, embolávamos o papel e o jogávamos no lixo. Não me lembro de nunca ter compartilhado um momento de leitura com ela.

Entrei para Faculdade de Letras e continuei a viagem. A escolha se deu por falta de opção. Mas, com o tempo passei a gostar do curso. Cada momento era um convite a desvendar segredos, com tramas e tessituras: a vida pedia leituras. As pessoas são espelhos que refletem pelo seu conteúdo, pelo que já aprenderam a ver... Ah, livros!

Foi um momento fantástico em minha vida. Os professores eram maravilhosos, amavam a arte de ensinar. Tive uma professora de Literatura que falava com a alma. Ela me proporcionou um verdadeiro encontro com a Literatura. Em pouco tempo consegui superar traumas e suprir muito do que me havia faltado na formação secundária. Tornei-me uma leitora crítica, pois o ensino superior me possibilitou alçar vôos cada vez mais altos. Foi neste período que me vi nascer como educadora. Dediquei-me de corpo e alma, dei o máximo de mim, tinha sede do saber. As leituras que marcaram meu ensino superior foram os teóricos. Tive encontros inesquecíveis com Paulo Freire, Vygotsky e Piaget.

Nessa altura da viagem, a bagagem pode estar cheia, mas o conhecimento é tão leve, é como pluma. Na bagagem posso contar com Drummond, Castro Alves, Machado de Assis, Graciliano Ramos, Guilherme de Almeida, Dante Alighieri, William Shakespeare, Victor Hugo, José de Alencar, Nelson Rodrigues, Casimiro de Abreu, Poe, José Lins do Rego, Aníbal Machado, Guimarães Rosa, Euclides da Cunha, Fernando Pessoa, Piaget, Paulo Freire, Edgar Morin, Camões, Platão, Vygotsky, Sócrates, Rubem Alves e tantos outros que têm lugar garantido dentro da mala.

Nesse trajeto, muitas coisas aconteceram. As sementes germinaram e as histórias brotaram. Abriram caminhos, fizeram ninho em minha imaginação. Os livros me ajudaram a ver o mundo em suas múltiplas linguagens. No universo mágico da Literatura, compreendemos a vida por meio das leituras. Tudo é mistério neste universo de leitor, e só assim pude viajar o mundo, tendo como passaporte os livros e uma fome imensa de leitura.

Nessa viagem, sentei-me ao lado de ilustres passageiros que me convidaram a experimentar a inusitada arte de escrever. O convite foi aceito, mas por onde começar? Logo encontrei a resposta: nada melhor que por meio da linguagem. Então iniciei um vasto trabalho de pesquisa investigativa sobre o processo de construção de linguagem ao longo de sua evolução. Este trabalho deu origem à minha monografia, realizada no curso de pós-graduação, que por fim originou o meu primeiro livro intitulado “A Linguagem Pictográfica nas Cavernas do Vale do Peruaçu” que evidencia relatar como essas pinturas, enquanto forma de linguagem, influenciaram na expressão comunicativa dos homens da pré-história, além de buscar compreender o processo pelo qual a linguagem se desenvolveu ao longo dos anos.

Foram tantos diálogos que alimentaram o meu espírito, muito além do que esperava e imaginava. Foram momentos incríveis que em mim despertaram bastante entusiasmo. A partir de então, sentei-me no banco da praça, abri a mala e retirei no fundo escondidinho meu velho sonho de infância e senti uma força e uma vontade intensa de praticar diálogos. Latejava em mim o desejo ansioso de falar. Mas não havia ninguém, a praça estava vazia, não encontrei ouvintes. Então, só me restava escrever.

Travei um intenso diálogo com a vida: os diálogos emanavam, não estavam presos, era minha necessidade de compartilhar. A viagem havia me presenteado com sonhos que se misturavam à realidade. Foi nesse momento que dei início ao projeto do meu segundo livro “Histórias Infantis e Formação de Leitores”, que busca compreender a influência e o valor das histórias infantis e sua relação com a formação de leitores. O livro também é um convite a meus leitores a beber na fonte da antiguidade clássica e desfrutar riquezas no universo da literatura.

Ler é um ato de amor, de envolvimento, de magia, de prazer e transformar tudo isso em ato mecânico, controlador, punitivo, pouco agradável e consequentemente pouco frutífero tem sido a prática de muitos educadores que têm a missão de formar leitores competentes e reflexivos. Isso me faz lembrar daquela professora que tive... Acho que não é difícil encontrar outras tantas iguais a ela por este vasto Brasil. Por meio dessa experiência negativa, tenho plena convicção de que é preciso discutir e rever as estratégias de leituras, especialmente nas séries iniciais, pois é nessa fase que a criança vai estabelecer interações afetivas e efetivas com a leitura e, a partir daí, tornar-se leitora para toda a vida, mas, se o processo ocorrer de forma contrária, a criança irá desenvolver resistência e horror à leitura.

Na plataforma da estação estavam meus alunos. A viagem agora necessita de se realizar em mão dupla. Como educadora, percebi que tinha um grande desafio: fazer com que eles também sentissem vontade de se alimentar de leituras. Só me restava uma coisa: partilhar o amor, as alegrias, as emoções para que juntos pudéssemos arquitetar formas possíveis, traçar percursos com fios de esperança, de sonhos, de compreensão, de fé e de transformação.

Foi dada a partida e, na solidão em que se impõe o conformismo, nascia a teia da vida: o fio era o rio, fios rubros, fios fortes, nascia então o livro “Nas Margens do Rio e do Papel”. Este livro registra emoções, sentimentos, vivências nas mais variadas formas de expressão e legitimidade de jovens e adolescentes que tiveram a oportunidade de viver e experimentar múltiplos diálogos com a vida e com a literatura por meio da leitura.

Foi um trabalho árduo, mas compensativo, o de possibilitar aos educandos uma melhor compreensão do mundo em que vivem e, consequentemente, refletir sobre suas condições de cidadão. Sabe-se que a capacidade de leitura, reflexão, domínio da linguagem e a apropriação da escrita são condições básicas para o pleno exercício da cidadania.

No mundo em que vivemos ainda é possível deslumbrar-nos com as histórias que encantam e nos contagiam, com as fantasias que às vezes se tornam realidade e quando vivenciadas tornam-se respostas a muitos mistérios, que cada um poderá interpretar de acordo com os seus anseios.

Entre uma aula e outra, um livro e outro, dos nós e entrenós que formam a vida, das experiências vividas, continuava viva e latente a vontade de escrever. Sentia as dores do parto, estava pronto para nascer meu novo livro - “Interlúdio” - que foi gerado com muita dor, suor e lágrimas nos pequenos intervalos de minha vida, entre corrigir uma prova, participar de uma reunião, preencher um diário.

Este livro, de caráter ficcional, marca uma nova etapa em minha vida em conseqüência de minhas experiências enquanto leitora. Foi gerado no momento que eu estava buscando compreender certas passagens que me levassem para além de mim. Por essa razão, a narrativa do livro contempla a possibilidade de o homem transitar entre o passado e o presente, colher no passado os fragmentos para construir o momento presente através do olhar perceptível da vida. Tudo se constrói a partir da leitura dos fatos pela memória, num jogo simbólico em que a realidade objetiva passa a ser produto da realidade subjetiva revelando aspectos de vidas em épocas passadas.

Definir-me como leitora no mundo de hoje é muito fácil. Ultimamente, tenho lido muito, de tudo um pouco. Leio na velocidade do tempo. Leio por obrigação, leio por puro prazer. Leio o mundo. Leio as pessoas. Leio criticamente, tenho buscado começo, meio e fim, finalidades para a existência tão simples e complexa ao mesmo tempo. Para escrever este Memorial, tive que ler a minha alma, recolher lembranças, medos e palavras que se misturam no livro dos meus dias, mas que me fazem nascer de novo a cada dia, a cada minuto. Tenho sede de tudo que me cerca. Tenho fome de olhar, tenho fome de falar... Quero continuar a ler e a escrever. E com minha câmara fechada no silêncio vou des(colorindo), color(indo), re(velando) contornos em minha vida. Quero o vício do vício de ler e escrever, quero multiviver, ler e reler.

Caminhos, flores, espinhos, via, vida, sombra, alma faminta de leitura, o viajar é contínuo, renovando o prazer de aprender, fazendo da leitura um hábito diário, enriquecendo o pensar, o sentir, divisando além das sombras que passam. Ainda há muito o que desvendar, ainda há muito o que ler.

Edinília Nascimento Cruz – Gestar II

Fotos GESTAR II - Encontro em Montes Claros




Posted by Picasa

Livro - Nas Margens do Rio e do Papel



O livro Nas Margens do Rio e do Papel registra emoções, sentimentos, vivências nas mais variadas formas de expressão e legitimidade dos alunos da Escola Estadual Professor Josefino Barbosa, em Itacarambi.

A essência deste trabalho é prioritariamente incentivar a leitura de obras literárias representativas, estimular a criatividade, a afetividade, a emoção, o espírito inventivo com a intenção de contribuir para formar uma nova geração de leitores, mais capazes e mais críticos. Procura também promover o desenvolvimento do gosto poético em análise e produção, valorizando textos literários produzidos pelos alunos do Ensino Médio e Fundamental.


Nas Margens do Rio e do Papel é o resultado de um grande desafio: o de possibilitar aos educandos uma melhor compreensão do mundo em que vivem e, consequentemente, refletir sobre sua condição de cidadão. Sabe-se que a capacidade de leitura, reflexão, domínio da linguagem e a apropriação da escrita são condições básicas para o pleno exercício da cidadania.

É preciso desnudar a dura realidade que nos cerca. É preciso ler e compreender a vida, apropriar-se das linguagens em suas diversas facetas e fazer dela um processo de compreensão mais crítico da realidade, de modo a tornar a vida um instrumento de integração, de desenvolvimento e de relações mais humanas, capazes de minorar as múltiplas formas de intolerância, injustiça e desamor que entristecem o ser humano a cada dia.

De posse dessa compreensão do mundo que se desnuda, os alunos perceberam que é preciso ir mais longe, porque são humanos, têm alma e necessitam sentir, vivenciar a alegria de ser gente, de viver a fantasia, a memória, a fé e a esperança.

Nas páginas deste livro podemos ver traduzida a memória do povo brasileiro que sofre, mas que também é persistente e sente o pulsar da vida, manifestado na vontade de lutar e amenizar essa dura realidade. Tudo isso se revela na sensibilidade desses jovens escritores e poetas que se propuseram fazer essa leitura compartilhada e, ao mesmo tempo, reveladora do momento introspectivo de cada um, mediante um diálogo íntimo e a liberdade de expressar e manifestar emoções.

Como educadores, percebemos a necessidade de intermediar e promover o encontro destes dois mundos: o ideal e o real. Mundos que se divergem e que se contraem, pois é tão pouco o que esses jovens precisam, mas é tudo o que lhes falta para torná-los mais solidários, mais participativos e mais felizes. A realidade dura com que muitos se deparam, muitas vezes, ofusca a capacidade de sonhar, de acreditar, de buscar novas oportunidades. O universo literário, muitas vezes tão distante, é uma porta aberta para promover este encontro e reacender esta luz que mantém acesa a chama da vida, pois assim há séculos vive o ser humano, tentando transformar utopia em vida, sonho em realidade.

Percebe-se que, assim como os adultos, esses jovens também estão sedentos de justiça, de paz, de respeito. A vida precisa ser valorizada, os excluídos precisam ser acolhidos, o egoísmo precisa ser destruído. É urgente, ainda que não iminente, construir um mundo em que os jovens não vivam só por viver, mas que a vida tenha sentido para eles, que realmente pratiquem a verdadeira cidadania, mesmo estando perdidos em meio à escuridão, pois não se quer viver de ilusão, mas buscando solução, dignidade, enfim, formando jovens mais conscientes, aptos a promover essa transformação.
Edinília Nascimento Cruz

Livro A Linguagem Pictográfica nas Cavernas do Vale do Peruaçu


O Vale do Peruaçu, entre os municípios de Januária e Itacarambi, é um cenário de esplêndida beleza, mistérios e encantamentos. No meio de tanta magia o homem primitivo debruçou-se para deixar suas marcas: pinturas rupestres que testemunham a pré-história e convidam a uma viagem no tempo, mostrando vestígios da presença humana há 12 mil anos.

Este livro é um estudo interpretativo dos painéis de arte rupestre das Cavernas do Peruaçu, estabelece a interação do ser humano através de uma leitura analítica dos conceitos, temas e figuras representativos ali existentes.

A linguagem através da arte nas pinturas e desenhos das paredes das cavernas é uma das mais antigas formas de comunicação humana. Essa arte é a mais eloqüente forma de expressão da alma e documenta a época em que foi concebida. A partir dela, o homem se organizou em sociedade e passou a viver em grupos, marcando seu ingresso na cultura.

As pinturas rupestres externam não apenas sentimentos individuais, mas também sentimentos coletivos, a vida social e a cultura de uma época, com seus costumes, crenças e filosofias. A inteligência, o discernimento e a emoção do ser humano fizeram da arte uma linguagem complementar e indispensável em todas as manifestações associativas.

Desta forma, o objetivo é traçar uma linha de desenvolvimento dos símbolos, especificamente da arte pré-histórica, linguagem simbólica registrada nas paredes das cavernas há milhares de anos, relacionando-as com outras formas de linguagem, buscando a compreensão de sua eficácia enquanto uma das formas de comunicação mais antigas e mais significativas no processo de linguagem não-verbal.


A autora

Cronograma das Oficinas - GESTAR II - Município de Itacarambi

CRONOGRAMA DO GESTAR – LÍNGUA PORTUGUESA
MUNICÍPIO DE ITACARAMBI



25.04.2009 - 02 OFICINAS - 08 HORAS
09.05.2009 - 01 OFICINA - 04 HORAS
23.05.2009 - 02 OFICINAS - 08 HORAS
13.06.2009 - 01 OFICINA - 04 HORAS
27.06.2009 - 01 OFICINA - 04 HORAS
11.07.2009 - 02 OFICINAS - 08 HORAS
22.08.2009 - 02 OFICINAS - 08 HORAS
12.09.2009 - 02 OFICINAS -04 HORAS
19.09.2009 - 01 OFICINA 04 HORAS
26.09.2009 - 02 OFICINAS - 08 HORAS
10.10.2009 - 01 OFICINA - 04 HORAS
24.10.2009 - 01 OFICINA - 04 HORAS
07.11.2009 - 01 OFICINA - 04 HORAS
21.11.2009 - 01 OFICINA - 04 HORAS
05.12.2009 - 01 OFICINA - 04 HORAS

Histórias Infantis e Formação de Leitores


O Livro Histórias Infantis e Formação de Leitores traz uma análise da maneira com que as narrativas infantis influenciaram e têm influenciado na formação de crianças.Tem como propósito auxiliar professores e pais na tarefa de incentivar a leitura e formar leitores, além de sugerir aos educadores formas para sensibilizar e propiciar na criança o prazer pela leitura e contribuir para a melhor qualidade de ensino.


Para compreender a influência e o valor das histórias infantis e sua relação com a formação de leitores, este livro propõe uma breve viagem pelo universo mágico das histórias infantis em que os leitores são convidados a beber nas fontes da antiguidade clássica, Idade Média chegando ao Renascimento.

Os leitores se transportam para o Brasil e desfrutam para desfrutar riquezas neste fantástico cenário da literatura e, por fim, fazer uma visita ao universo da leitura no contexto da sala de aula.

O livro surgiu movido por duas paixões: as histórias infantis e a leitura. As análises propostas nestas páginas partem da necessidade de se fazer um estudo sobre as narrativas infantis e, sobretudo, propor uma reflexão sobre a formação de leitores e o papel da leitura na vida do ser humano.

Consciente de que a leitura é o procedimento básico, indispensável à aprendizagem, e ler é uma prática básica essencial para aprender, torna-se necessário refletir sobre o tratamento dado à leitura, tanto no contexto escolar como social.

quinta-feira, 9 de abril de 2009

MEMORIAL - VIDA EM CIRCUITO



REPENSANDO A PRÁTICA ATRAVÉS DA TEORIA


Memorial apresentado à professora Tamar Rabelo – Programa (GESTAR II) Gestão da Aprendizagem Escolar


INTRODUÇÃO


Por meio deste Memorial, farei um breve relato de minha vida acadêmica, refletindo vivências, medos, incertezas, vitórias e derrotas que ao longo dos anos têm feito parte de minha trajetória, fatos que objetivaram todo meu caminhar no processo aprender a ensinar. E parafraseando Magda Soares em seu livro “Metamemória-memórias: travessia de uma educadora”... tentei não apenas descrever minha experiência passada: tentei deixar que essa experiência falasse de si, tentei pensá-la...” ( p.15)

Muitas foram as vozes que contribuíram e participaram, direta e indiretamente, na minha formação, vozes tão silenciosas como Paulo Freire e Rubem Alves e vozes que não se calam como as de meus alunos e colegas de profissão. Assim, todos estes falares refletiram e refletem sobre minhas experiências e sobre meu desenvolvimento pessoal e profissional.

Esboçarei sobre crenças e verdades, sobre ser professor em meio a rememorar eventos vividos por meio de um processo crítico de reflexão e através dele compreender o método de aprender a ensinar. Neste discurso biográfico examinarei os movimentos de construção que, através do tempo, compartilharam para edificar uma história de experiências que culmina na produção de um novo conhecimento a partir da interação.


PRIMEIROS PASSOS...

Quando ingressei na vida acadêmica, não tinha um firme propósito sobre minha verdadeira trajetória profissional. Quanto optei pelo curso de Letras em 1998, na UNIMONTES – Universidade Estadual de Montes Claros, estava cheia de ilusão de que o fato de estar ingressando nesse curso não tornava certo que necessariamente seguiria a carreira de professor. Sempre tive um caso de amor com a literatura, mas não admirava o ofício de ser professor. Ao contrário, trazia fortes marcas de desilusão e desventuras em função de algumas práticas de educadores que tive durante minha formação primária e secundária.

Quando entrei para faculdade, assim como muitos de meus colegas, defendia o discurso de que não estávamos ali para seguir carreira de professor, pois sonhava em trabalhar na área da pesquisa. Acreditava, entretanto, que o curso me possibilitaria atuar de forma a desenvolver a capacidade de análise, criatividade, senso crítico, estético, expressivo e reflexivo acerca das linguagens e suas tecnologias, realizar pesquisas nos diversos campos de estudo das linguagens além de desenvolver trabalhos técnicos de revisão e tradução.

Com o tempo, muitas dessas ambições foram frustradas, pois boa parte da carga horária do curso era voltada para a docência e, com o tempo, o velho discurso deu lugar ao novo e não tínhamos muitas escolhas. A partir de então, mergulhei no objetivo de tornar-me uma educadora diferente daquelas que tive e determinada a investir para que não me tornasse uma profissional frustrada.

Ainda durante a graduação tive a minha primeira experiência como professora numa escola carente de zona rural desprovida de tudo. Foi nessa escola que percebi que podia fazer algo para ajudar aquelas pessoas e que muito poderia aprender com elas. Cresci muito, especialmente no aspecto humano, tornei uma pessoa mais sensível e passei a perceber a vida de uma outra dimensão e, de lá para cá, aprendi a gostar dessa profissão tão árdua, mas também tão gratificante.


Concluí minha graduação em 2001 e, naquele mesmo ano, prestei concurso para professor de Língua Portuguesa nas redes estadual e municipal de educação, tendo sido aprovada e iniciado minha carreira como docente (no nível fundamental e médio) e até hoje continuo atuando. Entre muitas teorias e práticas, fui descobrindo que a escola vai muito além de possíveis conteúdos programáticos de ensino, mas é também um espaço de formação humana. Assim já dizia Paulo Freire e continua sendo o discurso proferido por Rubem Alves.

EDUCAR: UM MERGULHO EM SI MESMO


Fiz minha especialização latu sensu em Literatura e Linguística Aplicada ao Ensino de Língua Portuguesa no ano seguinte à minha graduação e, ao longo desses anos, tenho me especializado na área de educação. Sei, porém, que há ainda muito a aprender e a fazer. Atualmente minha maior prioridade é realizar meu Mestrado, minha grande meta para este ano. Estou apostando na modalidade a distância para que isso se torne uma realidade.


Durante meu curso de Pós-graduação, dediquei-me à pesquisa sobre a linguagem em suas múltiplas manifestações e realizei o meu primeiro trabalho científico nessa área do conhecimento. Escrevi minha Monografia sobre essa temática. Nessa pesquisa, procurei buscar algo daqui do meu contexto e relacionado à linguagem. Abordei assim o patrimônio arqueológico da minha cidade, que está entre um dos mais ricos do Brasil, o Parque Nacional do Vale do Peruaçu e realizei um trabalho que deu origem ao livro “A Linguagem Pictográfica nas Cavernas do Vale do Peruaçu”, publicado em 2004 pela Editora UNIMONTES, que ganhou vasta representatividade junto aos órgãos do IPHAN – Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional e do IBAMA – Instituto do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis e também na Universidade na qual me graduei.


Preocupada com a melhoria da qualidade de meu trabalho junto às escolas públicas da cidade de Itacarambi-MG, onde trabalho com as disciplinas de Língua Portuguesa e Literatura, decidi investigar as causas do baixo rendimento dos alunos e a sua falta de perspectivas, além da desmotivação e do desinteresse pela leitura. Desenvolvi alguns projetos nessas áreas. Dentre eles, realizei uma ampla pesquisa sobre o processo de formação de leitores, que deu origem ao meu segundo livro “Histórias Infantis e Formação de Leitores”, também editado pela Editora UNIMONTES, em 2006, que surgiu movido por duas paixões: às histórias infantis e à leitura. O livro propõe uma discussão e reflexão sobre o tratamento dado à leitura, tanto no contexto escolar como social. Este livro deu origem a um projeto de intervenção na Escola Estadual Professor Josefino Barbosa, onde leciono, que gerou o livro “Nas Margens do Rio e do Papel”, também editado pela Editora UNIMONTES, em 2006, que é uma coletânea de contos, poemas e crônicas produzidos pelos alunos envolvidos nesse projeto. Os alunos tiveram como fonte inspiradora o Rio São Francisco que banha a cidade de Itacarambi.


Ainda no que concerne a minha produção bibliográfica, em 2008, a Editora UNIMONTES publicou meu terceiro livro, intitulado “Interlúdio”, romance ficcional que me tem dado inspiração para continuar escrevendo. Escrever para mim tornou-se uma grande paixão, algo prazeroso e motivador, desejo este que surgiu devido a minha grande inspiração em grandes clássicos da Literatura Brasileira e Universal. Não tive tempo para dedicar-me a uma produção bibliográfica mais numerosa, mas pretendo escrever muito ainda.


Com relação à minha experiência no ensino superior, como professora local do curso de Letras do Polo de Itacarambi desde 2007, atuo ativamente desde minha admissão em março daquele ano. Foi meu primeiro contato com estudo a distância e, a partir de então, pude perceber o quanto essa modalidade de ensino tem ampliado e possibilitado a oportunidade de formação em um curso superior para um universo amplo de pessoas.


A educação a distância, ao longo de sua trajetória, tem alcançado resultados favoráveis, tanto em países industrializados quanto nos emergentes, em diferentes áreas: alfabetização e educação de adultos, cursos de atualização e de reciclagem, cursos profissionais, treinamento em serviços, educação básica, superior e ensino de pós-graduação: especialização, mestrado e doutorado e qualificação de professores. O ensino a distância é um grande potencial para o desenvolvimento de programas de capacitação e qualificação de professores. No Brasil, há diversas experiências pontuais nesse sentido e os resultados atingidos têm colaborado para a melhoria da qualidade do ensino. Entretanto, há de ser registrado que os docentes, com exceções, apresentam resistência em relação a qualquer inovação ou uso da tecnologia educacional.

CONCLUSÃO

Ser educador no século XXl é transpor barreiras, superar limitações. Apesar das críticas, do descaso que nossos governantes têm dado à educação, da falta de incentivo, de investimento, de consciência para questões da qualidade da educação, sentimos um grande vazio que vem de fora, mas que dentro da nossa alma de educador nos parece estar preenchido, quando temos plena convicção de que tentamos e de que estamos dando o melhor de nós. Há dias em que o silêncio é grande, são infinitas questões que não calam, elas começam sobre o sentido da educação e terminam com a finalidade da existência humana. No íntimo de nossas angústias, na solidão dos sonhos, surge a esperança de que um dia tudo vai melhorar.

Sempre busquei aperfeiçoar-me, gosto de inovações, de me reciclar e essa o GESTAR muito me auxiliará para o aperfeiçoamento de minha prática pedagógica. A cada dia, sinto-me mais preparada e ao mesmo tempo percebo a necessidade de buscar sempre mais conhecimento. Quero aprofundar meus estudos na área de educação a distância por ser o modelo de educação do futuro.

A alma de um educador não pode ser uma sala vazia e mesmo depois que todos se forem é preciso pendurar os sentimentos nas paredes. São infinitos quadros de esperança, fé e amor e quando me sento sozinha nesta sala e me recolho sou capaz de respirar e trazer tudo isso para dentro de mim. Nesse interior humano, repleto de vivência, as derrotas, as lembranças se mesclam com sabor de vitória. O prazer de mergulhar no passado, seja ele de poucas horas, e perceber que tudo valeu a pena, preenche a alma de irisadas cores.

E ao finalizar este Memorial, sinto que a realização pessoal é o maior prêmio de um educador, porque, partindo deste princípio, ele tem convicção de que algo bom ele deixou em sua trajetória: o sentimento de saber que contribuiu para tornar real e preciosa as próprias ações, de poder continuamente contribuir para a transformação do mundo.

Voltar à sala de aula para mim é reconhecer todo o esforço feito na construção do meu próprio conhecimento. As dificuldades enfrentadas dia após dia, as dificuldades financeiras para me aperfeiçoar por meio de uma especialização, a ambição pelo saber, tudo é legítimo e digno. Sentir-me feliz ao perceber que há caminho, por mais longa que tenha sido a estrada trilhada, é sentir um grande desejo de prosseguir. Educar é arte do coração. No coração de milhares de professores, assim como no meu, brota a esperança sempre renovada, realimentada de construir uma geração de seres humanos livres e criativos. Eis a nossa vocação. Eis o nosso ofício.


Edinília Nascimento Cruz


sexta-feira, 3 de abril de 2009

Repensando a Educação

Repensando a Educação
“Estudar é a forma de reinventar, de recriar, de re-escrever – tarefa de sujeito e não de objeto.”(Paulo Freire)

Aqueles que atuam na área educacional, em todos os níveis, não desconhecem o quanto tem sido buscado um ensino de leitura eficiente o bastante não só para tornar o indivíduo autônomo na interlocução com os diversos tipos de textos presentes na “sociedade letrada”, mas também para poder fruir esteticamente de obras que têm na escrita a concretização de uma realização artística.
A sociedade atual estabelece novos desafios e exigências, balizados na construção de novos paradigmas e que geram novas oportunidades e desafios. O propósito de nos aliarmos a essa tão inovadora forma de fazer educação, por meio do GESTAR II, é a possibilidade de vislumbrarmos a melhoria da qualidade do ensino.
Não nos permitiríamos fugir a esse desafio. O fato de nos submetermos a ele é efeito de nossa vontade de despertar a intuição e o sentimento das possibilidades e das crenças. Deixemo-nos levar pelo mundo da linguagem, mundo este cheio e repleto das potencialidades humanas. O mundo das figuras, das palavras, o mundo metafórico, é o único capaz de nos fazer despertar para a vida, de nos conduzir às melhores saídas dos horrores e fragmentações impostas pela e com a modernidade.
Este espaço é aberto à linguagem, em todas as suas manifestações e facetas, pois a linguagem é o que há de mais próprio e comum a nós e à realidade em que estamos inseridos. Bem-vindos a este blog. Bem-vindos ao mundo das múltiplas linguagens.
Edinília
INTERLÚDIO

A narrativa deste livro contempla a possibilidade de o homem transitar entre o passado e o presente, colher no passado os fragmentos para construir o momento presente, através do olhar perceptível da vida.
Tudo se constrói a partir das leituras dos fatos pela memória, num jogo simbólico em que a realidade objetiva passa a ser produto da realidade subjetiva revelando aspectos de vidas em épocas passadas. É neste universo sedutor de mistérios que o nosso narrador retoma o passado, repensa o presente e projeta o futuro.
Santiago, protagonista desta história, mostra-nos que o ser humano é dotado de infinita capacidade de evolução, abrindo novas trilhas, buscando novas direções, assumindo o controle da própria vida, melhorando sua situação atual, aumentando a fé e a esperança no futuro.
O livro está à venda na Palimontes - Montes Claros - Rua Cel. Joaquim Costa, 270 - Fone: (38) 3229-1700