A oficina 11 do Gestar , ocorrida no dia 12 de setembro de 2009, iniciou-se com a apresentação da Fábula dos Ratos, seguida de reflexão sobre os diversos sentidos que podemos incorporar ao texto, relacionando o texto com os educadores e suas disputas, falta de união e trabalho em equipe. A reflexão permitiu que revisássemos as oportunidades e ameaças, forças e fraquezas no processo de aplicação do Gestar 11. A atividade demonstrou que as cursistas tinham problemas semelhantes, principalmente a falta de apoio e participação das escolas (equipes pedagógica e administrativa) nas aplicações das atividades referentes ao Gestar. Outra situação que quase todos vivenciam, principalmente quem trabalha em escola da zona rural, é a falta de recursos (xerox, revistas, jornais, etc.).
A frase a seguir mostra uma verdade em todas as escolas:
O Gestar não é um evento, é um programa,
não incomoda e vai embora,
incomoda e busca soluções.
Várias cursistas falaram que os colegas referiam-se ao Gestar como "Gestarzinho", menosprezando o nosso trabalho e o movimento que está gerando em nossos alunos. Muitos não acreditam na seriedade e no valor do curso, pensam que estamos apenas perdendo tempo, mas nunca na história da educação produziu-se uma capacitação tão enriquecedora e fundamentada nos documentos oficiais da educação mineira. Ele está permitindo que incomodemos e busquemos soluções para os problemas no ensino-aprendizagem.
A formadora Edinília deu continuidade à oficina expressando os pontos que precisam de revisão na confecção do portfólio, orientando sobre a forma de produzir um relatório reflexivo-crítico, mostrando os trabalhos de alunos que apresentam dificuldades e fazer a autocorreção de todos os relatórios para adequá-los às exigências do curso.
Nessa parte da oficina foram entregues as provas para diagnosticar os pontos em que nossos alunos precisam avançar e em quais já avançaram, seguindo-se as orientações para sua aplicação.
O momento teórico foi muito importante, pois nos coloca em contato com os princípios que norteiam nossas práticas e ajuda-nos a qualificar nossas aulas. O processo de argumentação é um dos tópicos importantíssimos, porque está presente no nosso dia-a-dia, mesmo sem percebermos utilizamos a argumentação para convencer, provar nosso ponto de vista, persuadir outras pessoas a fazer o que queremos. A formadora deu algumas orientações de como construir esse processo na sala de aula com alunos de 6° ano e as colegas cursistas contribuíram com depoimentos de como realizaram esse processo em suas salas de aula, permitindo assim que nós crescêssemos com seus depoimentos.
Estudamos ainda os tipos de argumentação - senso comum, consenso, pelo exemplo, raciocínio lógico, e outros. Mesmo considerando que estudamos o TP6 e vimos todos esses tipos de argumentação, o momento teórico contribui trazendo sempre algo que permite aprender com mais facilidade. Durante esse momento, mesclou-se a teoria com os relatos da experiência em sala de aula, enriquecendo ainda mais o tópico.
Para mostrar a importância de contextualizar o tema, debater com os alunos, criar hipóteses e trazer fonte de referência, a professora Edinília desenvolveu uma dinâmica com seis alunas do curso em que, ao mostrar uma palavra, a pessoa indicada teria que iniciar uma argumentação e a cada palavra mostrada seguia-se outra pessoa dando continuidade à ideia construída pela anterior, até que se chegou à última pessoa que elaborou a conclusão. Todas nós percebemos a dificuldade das cursistas em argumentar de acordo com a palavra jogada de surpresa. O momento mostrou-nos que é importante conduzir o pensamento do aluno sobre o assunto, fazê-lo pesquisar, aprofundar-se no assunto e sugerir soluções para a situação-problema proposta. Quando debatemos um tema, o aluno encontra facilidade para escrever, porque seus pensamentos estão agitados pelas ideias debatidas e outras que não foram apresentadas que pode acrescentar no seu texto escrito.
A finalização da oficina foi um trabalho de produção de texto narrativo, em que teríamos que dar continuidade a ele, construindo argumentação no diálogo entre os personagens. O texto inicia-se com a mulher acordando o marido por causa do barulho ensurdecedor no ensaio de uma escola carnavalesca, insistindo que ele tomasse providências. Os grupos produziram várias sugestões, nas quais o marido chamava a polícia e esta mudava o horário do ensaio; outra sugestão, o marido ia até o local e acabava caindo no samba. A mulher preocupada com a demora dele, segue-o e o encontra sambando, etc.
A professora mostrou o final do texto depois das apresentações o que provou que algumas sugestões ficaram semelhantes. Ao término, os cursistas entregaram a avaliação da oficina e nos despedimos da professora com a sensação de satisfação por termos participado de um encontro tão proveitoso e rico. Sempre saio dali com o desejo de correr para minha sala de aula e aplicar as ideias que surgem,durante a troca de experiências e o momento teórico.
Professora Cursista - Cássia Cardoso Lima dos Santos - Escola Estadual da Vila Florentina
Parabéns a todos, pois tanto cursistas quanto formadora estão caminhando juntos, mobilizando ações, quebrando paradigmas, fomentando o estudo, a análise, a prática, a síntese e, principalmente, firmando um aprendizado coletivo capaz de empreender muitas mudanças!
ResponderExcluirUm abraço.